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Temer aprofunda o que Dilma começou e sinaliza impor idade mínima de aposentadoria aos 70 anos

Os trabalhadores e as trabalhadoras terão que trabalhar até os 70 anos para poder se aposentar. É o que sinaliza o presidente em exercício Michel Temer, em proposta que será apresentada nos próximos dias, de acordo com matéria veiculada pelo Jornal O Globo desta segunda-feira (27).

Inicialmente, a proposta tem a ambição de igualar a idade mínima entre homens e mulheres, com um teto de 65 anos progressivamente. Contudo, vem mais bomba por aí. A medida prevê piorar esse quadro e aumentar a idade mínima para 70, em um período de 20 anos.

Se a proposta passar, afetará principalmente quem ainda não ingressou no mercado de trabalho, ou seja, os jovens. Além disso, fere as mulheres, que hoje se aposentam mais cedo do que os homens. Com a mudança, essas trabalhadoras, que tem a maior responsabilidade no cuidado com os filhos e nas tarefas domésticas, detêm os piores postos de trabalho e salários mais baixos que os homens exercendo a mesma função, serão ainda mais penalizadas.

Veja também: A mentira do déficit da previdência

 

Políticas continuadas contra os trabalhadores

Essa discussão é antiga e não é mérito do governo interino. A presidente afastada Dilma Rousseff também sinalizava a mudança nas aposentadorias. Em de janeiro deste ano, no início do seu segundo mandato, em sua primeira entrevista em 2016, a presidente defendeu a reforma da Previdência, justificando que “não é possível que a idade média de aposentadoria das pessoas no país seja de 55 anos”.

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Ipsos nesta segunda-feira aponta que a população considera o governo Temer uma extensão do governo Dilma. De acordo com a pesquisa, 70% desaprovam a conduta do interino, contra 75% que desaprovam também a da presidente afastada.

Segundo aponta o levantamento, o tema em que a atuação do interino é mais criticado é a “vitrine” de seu governo: a mudança na Previdência Social. A taxa dos que reprovam o que ele fez até agora nesse assunto é praticamente o dobro dos que aprovam: 44% a 23%. O terço restante não soube responder. (confira a pesquisa na íntegra).

 

Mais do que nunca se faz necessário uma greve geral no país

As centrais sindicais se reúnem com o governo amanhã para tentar fechar uma primeira proposta de reforma. “As centrais resistem em praticamente todos os pontos, mas estão começando a assumir a responsabilidade”, disse uma alta fonte do governo, segundo a reportagem.

Além disso, querem apresentar substitutivos que também retiram direitos como a fórmula 85/95 (soma entre idade e tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente). Ainda de acordo com a reportagem, medidas que afetam quem ainda não entrou no mercado de trabalho “causam menos polêmica entre as centrais”.

Para a CSP-Conlutas, negociar a reforma da Previdência é inaceitável, porque não se negocia perdas de direitos. Nossa Central vem chamando a todas as centrais para que voltem os olhos para a classe trabalhadora e atuem contra mais esse arrocho em seus direitos. Chamamos essas centrais para que ajudem a convocar e organizar uma Greve Geral em defesa da aposentadoria e dos direitos previdenciários.

 

Fora Temer, todos os corruptos e os reacionários do Congresso
Por um governo dos trabalhadores, sem patrões
Todo apoio às lutas: unificar as mobilizações
Greve geral para barrar os ajustes, as privatizações e as contrarreformas trabalhista e da previdência

 

Fonte: site CSP Conlutas

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