SINTECT/RS defende permanência do Correios público na Câmara de Vereadores da Capital
Na quinta-feira (4), o SINTECT-RS participou de sessão na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, onde falou em defesa dos Correios, contra a privatização e solicitou o apoio dos parlamentares a esta luta. O Secretário-Geral do Sindicato, Alexandre dos Santos Nunes, falou no Plenário da Câmara no espaço dedicado a audiência pública regimental. Durante 10 minutos, o dirigente falou sobre os motivos pelos quais a ECT deve ser estatal, 100% pública e com qualidade nos serviços prestados.
Em sua fala, o dirigente destacou que o Correios “não depende de nenhum centavo do governo para seu funcionamento, sendo autossustentável e prestando um serviço de relevância para a sociedade”. Lembrou que a empresa é a única presente nos 5.570 municípios do Brasil, chamando a atenção para o fato de apenas 392 cidades serem responsáveis por 92% da sua arrecadação. O regime de solidariedade, onde a arrecadação maior de alguns municípios ajuda a financiar outros menores, faz com que a empresa possa garantir o atendimento em todo o território nacional. Conforme ele, essa não é a lógica do mercado, que funciona apenas onde existe possibilidade de resultados financeiros favoráveis. “A iniciativa privada iria garantir esse serviço nas cidades que não dão lucro?”, questionou.
Sobre a possibilidade de diminuição dos preços com a privatização, devido à concorrência, O Secretário-Geral informou que uma carta sai do interior do Rio Grande do Sul e vai ser entregue no Amazonas por oitenta e oito centavos, fazendo um longo trajeto por caminhão, avião e até mesmo barco, se preciso, a um custo que a iniciativa privada não conseguiria administrar.
O secretário-geral do Sintect/RS ainda apresentou a Operação FNDE como exemplo do trabalho realizado pelos Correios, onde 150 milhões de livros didáticos são distribuídos em mais de 5 mil municípios. “Esse é um serviço prestado desde 94 pelos Correios. É a maior distribuição de livros didáticos do mundo”, ressaltou.
Destacou, por fim, que, para o Sindicato, a privatização dos Correios não melhoraria os serviços postais, o atendimento da população ou o preço dos serviços. “A única forma de melhorar é pelo investimento no serviço público, com concurso público e novas contratações. Defendemos a manutenção dos Correios de forma pública e de qualidade”, disse ele.
A participação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre vai ao encontro do que vem sendo solicitado pela Frente Ampla Todos pelos Correios, que sugere, em seu manifesto, ocupar todos os espaços públicos (Câmara de Vereadores, Assembleias Legislativas, Associações e outros) e espaços nas mídias, em defesa do Correios.
O manifesto é assinado por diversas entidades, representante de trabalhador dos Correios da ativa e aposentados, entre elas a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similar (FENTECT), Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT), Associação Nacional dos Trabalhadores da ECT (ANATECT), Associação dos Analistas de Correios do Brasil (AACB), Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP) e Federação dos Aposentados, Aposentáveis e Pensionistas dos Correios e Telégrafos (FAACO).
A unidade alcançada entre as entidades representativas da categoria, precisa ser repetida em nível estadual e regional e ampliada para as comunidades e setores representativos da sociedade civil, como as Câmaras de Vereadores.
Após a utilização da tribuna, 10 vereadores(as) de diferentes partidos se manifestaram na Tribuna com amplo apoio ao que foi colocado pelo SINTECT-RS. Coube, ainda, ao Secretário Geral fechar as falas, que finalizou reiterando seus argumentos em defesa dos Correios e propôs que a Casa avalizasse com suas assinaturas, a Moção de Apoio apresentada pela entidade.
Fonte: sintectrs.org.br