Riqueza do País está concentrada em 0,9% da população, indica FEE
Mais de 91% dos brasileiros detêm apenas 12,5% do patrimônio nacional
Mais de 91% da população brasileira detém apenas 12,5% do patrimônio do país, enquanto 0,9% das pessoas classificadas como ricas ficam com 59,9% das riquezas. “O Brasil é extremamente desigual”, disse economista da Fundação de Economia Estatística (FEE), Róber Iturriet Avila. Com base nos dados sobre declarações de imposto de renda, obtidos com a Receita Federal, ele fez um estudo a respeito da apropriação de renda e riqueza. As informações foram divulgadas na Carta de Conjuntura deste mês, divulgada nesta terça-feira em Porto Alegre. “Esses números não eram conhecidos, mas vieram à tona com a base de 2006 a 2012”, observou.
Ele explicou que a distribuição de renda aproximou os pobres dos ricos. Porém, como o patrimônio é algo mais demorado para se consolidar e também depende de heranças, a diferença continua grande. “Os ricos não perderam, mantiveram as riquezas. Os pobres que subiram um pouco”, disse. Considerando a renda, a faixa dos 10% mais elevados passou de 47,44% em 2001 para 41,55% em 2013. Já aqueles que estão nas faixas 50% mais baixas passaram de 12,6% para 16,41%.
O patrimônio médio daqueles que estão entre os 0,21% mais ricos é de R$ 5,8 milhões, mesmo que o corte seja feito a partir de R$ 1,5 milhão. Isso indica que a concentração do patrimônio está entre os indivíduos do topo mais restrito. As faixas mais altas (a partir de R$ 500 mil de patrimônio) possuem renda do capital, enquanto outras se concentram no trabalho.
Avila analisa que o imposto sobre patrimônio no Brasil é baixo, se comparado com países da Europa e Estados Unidos. “O sistema é perverso e favorece os ricos”, declarou.