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Petrobras aumenta preços da gasolina e do gás de cozinha e “mercado” ainda acha que é pouco

Reajuste na gasolina às distribuidoras é de 7,12% e, no gás de cozinha, de 9,81%

A partir desta terça-feira (9) começa a valer o aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha, anunciado pela Petrobras nessa semana. A gasolina teve um reajuste de 7,12% e o litro às distribuidoras passa a ser vendido por R$ 3,01.

Já o gás de cozinha (GLP) sobe 9,81%, passando a custar R$ 3,10 o litro e o botijão de 13kg sobe para R$ 34,70 às distribuidoras.

O valor final para a população dependerá de cada varejista, mas a estimativa de economistas é que nos postos de combustível a gasolina tenha um aumento de R$ 0,15 por litro.

Pressão do “mercado”

A Petrobras informou, em nota à imprensa, que este aumento é o primeiro neste ano. Em outubro de 2023, houve uma redução e o último aumento foi em agosto do ano passado. Em relação ao GLP, é também o primeiro aumento do ano. Houve reduções em maio e julho do ano passado e a última alta foi em março de 2022.

Contudo, o fato é que o reajuste anunciado ocorre após a recente mudança na direção da empresa, agora sob comando de Magda Chambriard, e cede às cobranças de setores do mercado financeiro e importadores que, à imprensa, avaliaram que o reajuste ainda é pouco. Para a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) os novos preços estariam abaixo dos valores do mercado internacional em cerca de 10%.

Segundo a Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), em reunião da presidente da Petrobras com representantes de bancos de investimentos, no último dia 2/7, Magda Chambriard teria assegurado a continuidade dos planos do ex-presidente da companhia Jean Paul Prates, entre eles a política de distribuição de dividendos.

Quanto à política de preços, os banqueiros insistem no PPI, afirmando ser necessário o aumento dos preços dos combustíveis. Chambriard teria dito que vai continuar a segurar a volatilidade e atrasar para repassar aumentos de preços para gasolina e diesel.

“Para a AEPET, isso significa a manutenção do PPI, apenas com outro nome. O que se confirmou nesta segunda-feira (8), com o aumento da gasolina e do gás de botijão, logo após o ataque especulativo ao Real”, afirmou em nota a associação.

Por uma Petrobras 100% estatal

Em maio de 2023, o governo anunciou o fim da PPI (política de paridade internacional), que considerava o preço do dólar, a cotação internacional e o custos de importação. Entretanto, apesar do fim oficial da política, a lógica da direção da companhia segue submissa à especulação e interesses dos acionistas privados da companhia.

O fato é que a população brasileira segue pagando o preço para garantir lucros de setores privados, apesar do Brasil ser um dos maiores produtores de petróleo mundial.

Nas bombas, inclusive, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a gasolina acumula uma alta de 5% este ano, mesmo sem ter havido reajuste pela Petrobras até esta segunda-feira (8). Na semana encerrada em 8 de junho, o preço médio do combustível foi de R$ 5,85, com a suposta justificativa de aumento de custos das distribuidoras e postos.

A CSP-Conlutas defende uma Petrobras 100% estatal, sob controle dos trabalhadores, e uma política voltada a ampliar a autossuficiência da produção nacional, além de medidas como a reversão de todas as privatizações, fim dos leilões e da política de dividendos recordes a acionistas privados, para que a empresa esteja voltada a atender, de fato, os interesses do povo brasileiro.

O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, refina boa parte do petróleo, com custos de produção nacionais, tem mão de obra altamente especializada e tecnologia. Portanto, tem todas as condições para fornecer combustíveis com os menores custos possíveis e fortalecer a indústria e a soberania nacional

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Fonte: CSP Conlutas

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