No Brasil, mulheres convocam ato para 19 de julho pela legalização do aborto
As mulheres brasileiras estão se mobilizando pela legalização do aborto e discutindo amplamente o tema como de saúde pública, já que as trabalhadoras pobres é que morrem ao fazer o procedimento de maneira clandestina. Outra luta importante é para que seja garantida a autonomia das mulheres e o governo não interfira ou legisle contra os direitos reprodutivos femininos.
Partindo dessa defesa, na Argentina, passos importantes foram tomados ao ser aprovado na Câmara, após muita luta das trabalhadoras e jovens argentinas, a legalização do aborto. O texto segue agora para ser aprovado no Senado, com previsão de votação para o dia 8 de agosto, e a pressão continua já que há indícios que o texto pode não passar.
Seguindo o exemplo das argentinas, trabalhadoras brasileiras também realizaram manifestações no último dia 22 de junho e vão continuar se mobilizando para garantir que também aqui as mulheres possam ter o direito ao aborto legalizado, gratuito e seguro, para que parem de morrer ou serem presas.
Ato unitário dia 19
Organizações feministas reuniram-se nesta quarta-feira (4), em São Paulo, e definiram a convocação de um ato no próximo dia 19 de julho. A manifestação é convocada pelo MML (Movimento Mulheres em Luta), Pão e Rosas, Juntas, Marcha Mundial de Mulheres, Articulação Brasileira de Mulheres, autonomistas e independentes. A concentração será na praça Oswaldo Cruz, às 17h.
Outros encaminhamentos também foram definidos como a criação de grupos por regiões para organizar atividades de base sobre o tema, como panfletagens, rodas de conversa, saraus, entre outros. Uma convocatória também será enviada para as Centrais Sindicais e sindicatos para aderirem à manifestação. Na próxima quinta-feira (12), às 18h, haverá uma reunião organizativa do ato na Casa da Mulher, na Barra Funda.
Pauta no STF
No Brasil, a descriminalização do aborto irá voltar à pauta em audiências públicas, que serão realizadas nos dias 3 e 6 de agosto e promovidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sob o comando da ministra Rosa Weber.
A solicitação é pela descriminalização e não pela legalização, ou seja, embora a audiência seja importante para dar visibilidade ao tema, a luta é pela garantia do aborto legal e seguro, feito no SUS (Sistema Único de Saúde), além de medidas de educação sexual e acesso direto aos métodos contraceptivos.
“Essa atmosfera em torno desse direito está se espalhando por vários países e chegou ao Brasil, mas aqui também encontra bastante resistência por porte de Congresso majoritariamente masculino e conservador. É importante que as mulheres trabalhadoras tomem para si a defesa do aborto legal pensando não apenas na autonomia das mulheres, mas também sobre saúde pública, já que muitas morrem durante o procedimento, sobretudo as pobres e negras”, salientou a integrante do Movimento Mulheres em Luta Marcela Azevedo.
Fonte: CSP Conlutas