Mesmo na crise, lucro dos bancos sobe e chega a R$ 17 bi no 1º trimestre
Ganhos foram obtidos através de juros altíssimos, demissões e precarização do trabalho
Enquanto a crise econômica castiga o povo brasileiro, os bancos continuam obtendo lucros cada vez maiores. De acordo com balanços divulgados recentemente, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander lucraram, juntos, a quantia exorbitante de R$ 16,9 bilhões somente nos primeiros três meses de 2018. O resultado é 8,5% superior ao mesmo período em 2017.
Entre os principais fatores que explicam essa margem absurda de lucro estão os altíssimos juros e as tarifas que são cobrados dos clientes, as demissões de funcionários e a precarização dos serviços, fruto da diminuição de gastos com os trabalhadores bancários.
A situação do Bradesco é um retrato deste cenário. Somente com as receitas de prestação de serviços e tarifas, o banco obteve mais de R$ 6 bilhões nos últimos 12 meses. Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a quantia é suficiente para arcar com toda folha salarial do grupo no Brasil durante o mesmo período.
Somado a isso, o Bradesco fechou, durante o ano passado, 414 agências, reduzindo drasticamente o número de funcionários. Nos últimos três meses foram eliminados 1.215 postos de trabalho em todo o país.
Crise
O mar de dinheiro sugado pelos bancos contrasta com a situação da classe trabalhadora brasileira. Segundo dados divulgados pelo IBGE, 2018 começou com aumento do desemprego. A taxa de desocupação atingiu 13,1 % da mão-de-obra nacional, o equivalente a 13,7 milhões de trabalhadores.
Vendida como promessa de geração empregos, a reforma trabalhista aprovada por Michel Temer (MDB) tem mostrado o efeito contrário. A medida serviu apenas para precarizar os postos de trabalho, além de aumentar a informalidade. No último período, o número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil caiu 1,8%, enquanto as vagas criadas tiveram um teto de apenas dois salários mínimos.