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Mesmo após recuo do governo sobre alta dos combustíveis, revolta popular no Haiti ganha força contra Jovenel Moise e o FMI

Manifestantes fazem barricadas nas ruas de Porto Príncipe | Foto: andnoticias.cl

O povo haitiano vive um levante contra o governo de Jovenel Moise desde a noite de sexta-feira (6). O enfrentamento violento deixou ao menos 3 mortos, baleados por munição real na região de Delmas, em Porto Príncipe, durante ações policiais para contenção dos manifestantes.

A população tomou as ruas após o anúncio do governo feito na sexta-feira (6) sobre o aumento de cerca de 50% nos combustíveis – 38% para a gasolina, 47% para o diesel e 51% para o querosene – , gerando uma reação de revolta incontrolável no país.

Mesmo após o governo, no sábado (7), se pronunciar dizendo recuar da decisão em favor do FMI sobre o elevado valor dos combustíveis, as cidades foram cada vez mais tomadas por barricadas, diversos focos de incêndio, manifestantes em protesto pelas ruas de diversas cidades do país, além de fortes ações ocorrendo na capital Porto Príncipe.

Em moção de apoio a luta do povo Haitiano, a CSP-Conlutas destaca que a mobilização no país fechou o espaço aéreo e que, em decorrência das manifestações, não há meios de transporte, os estabelecimentos comerciais estão fechados, a população não foi ao trabalho e a imprensa não divulga informações a respeito.

A recente ebulição social no país remonta a outro importante momento histórico no Haiti, quando ocorreu a insurreição do povo durante a ditadura de Duvallier na década de 80, explosão popular que se deu com características muito similares as do atual momento no país.

A gota d’água – A subordinação ao capital estrangeiro não se trata da causa original para essa rebelião popular. As manifestações que tomam o país tiveram início a partir desta última ação do governo, mas o sentimento de insatisfação já vem de longa data. O Haiti vive anos de crise política e econômica, além de ter sofrido as longas ações de intervenção com tropas estrangeiras em seu território.

Os atos de rua estão totalmente fora de controle e não há nem mesmo a presença das polícias da Minustah circulando nas vias públicas. A Polícia Nacional está dividida, o que indica que o presidente Jovenel não tem controle sobre sua principal força de repressão.

A Central Sindical e Popular CSP-Conlutas manifesta incondicional apoio à luta do povo Haitiano e exige a renúncia imediata de Jovenel Moise, o fim dos planos econômicos de miséria, o imediato rompimento com o FMI e o não pagamento da dívida externa!

Confira a moção de apoio da Central logo abaixo ou a versão em PDF [AQUI]

São Paulo, 10 de julho de 2018.

 

Moção de apoio a luta do povo Haitiano. Fora Jovenel Moise!

Na última sexta-feira (06/07) Jovenel Moise, presidente do Haiti, atendendo as pressões do FMI aumentou em cerca de 50% o preço dos combustíveis, gerando uma violenta e incontrolada onda de revolta da população.

Milhares de pessoas saíram às ruas fazendo barricadas para bloquear as principais ruas de Porto Príncipe, em uma grande rebelião contra a política do governo. A situação está um caos, muitas mortes, não existem carros nas ruas. O diesel para o gerador e os alimentos estão acabando. O espaço aéreo está fechado. Não há meios de transporte, todos os mercados estão fechados, a mídia (rádios, canais, etc.) não está transmitindo informações. Ninguém foi trabalhar.

A situação no Haiti ainda está fervendo porque a crise política e econômica tem se aprofundado seriamente a cada dia. Uma situação insurrecional é vivida em quase todas as regiões do país. Esta situação é o resultado de anos de políticas antipopulares e pró-imperialistas e pilhagem capitalista sendo conduzida pelo governo fantoche do atual presidente Jovenel Moïse.

É necessário esclarecer que os principais combustíveis utilizados pelo povo para cozinhar são carvão e querosene, porque não há fornecimento de gás, exceto para as classes abastadas e a elite dominante.

O atual estado insurrecional ultrapassou as possibilidades de contenção por parte das forças repressivas. A magnitude da explosão é monumental e, no outono da ditadura de Duvallier, houve uma insurreição com essas características.

O mais recente gatilho foi o anúncio do governo de um aumento brutal no preço do combustível. O aumento da gasolina foi o estopim, mas a causa na verdade é a fome e a miséria que toma conta do Haiti.

Os pronunciamentos dos agentes públicos, mesmo voltando atrás na decisão de aumentar os combustíveis, não acalmaram a população que agora exige sua saída.

A polícia não consegue conter a multidão que, por onde passa, deixa um rastro de destruição. A rebelião popular é incontrolável! A Polícia Nacional está dividida, o que indica que o presidente Jovenel não tem controle sobre sua principal força de repressão. Também não há presença da polícia da MINUJUSTH (ONU) nas ruas. Até agora, o governo não emitiu nenhuma declaração oficial.

A Central Sindical e Popular CSP Conlutas e os sindicatos abaixo assinados manifestam seu incondicional apoio à luta do povo Haitiano e exigem a renúncia imediata de Jovenel Moise, o fim dos planos econômicos de miséria, o imediato rompimento com o FMI e o não pagamento da dívida externa!

 

Total apoio a luta do povo haitiano

Abaixo a repressão!

Fora Jovenel Moise e o FMI!

Não ao pagamento da dívida externa!

Fim dos planos econômicos de miséria.

 

Assinam:

  1. CSP-CONLUTAS – CENTRAL SINDICAL E POPULAR
  2. SINDICATO DOS METALURGICOS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E REGIÃO/SP
  3. SINDICATO DOS TRABALHADORES MUNICIPAIS DE BAYEUX/PB
  4. SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTE RODOVIÁRIO DO CEARÁ
  5. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE JUAZEIRO DO NORTE/CE
  6. SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO FEMININA DE FORTALEZA/CE
  7. SINDICATO DOS ODONTOLOGISTAS DO ESTADO DO CEARÁ
  8. SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
  9. SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE NOVA IGUAÇU/RJ
  10. SINDICATO DOS TRAB. NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE LIMOEIRO DO NORTE-CE
  11. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE JAGUARUANA-CE
  12. SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL EM ALAGOAS
  13. SINDICATO DOS TRAB NAS EMPRESAS DE TRANSP. RODOV DE PASSAG. INTERMUN. EST. CE
  14. SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
  15. SINDICATO DOS TRAB. NA EMPRESA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS DO VALE DO PARAIBA/SP
  16. SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MPU NO MARANHAO
  17. SINDICATO DOS TRAB. NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIARIO DE BELEM-PA
  18. SINDICATO DOS AGENTES MUNICIPAIS DE TRÂNSITO DA REGIÃO DO CARIRI/CE
  19. SINDICATO MUNICIPAL DOS PROFISSIONAIS DE ENSINO DA REDE OFICIAL DO RECIFE/PE
  20. SINDICATO DOS TRAB. DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL/RJ
  21. SINDICATO DOS TRAB. DA EMPRESA DE CORREIOS E TELEGRAFOS E SIMIL. DE PERNAMBUCO
  22. SINDICATO DOS TRAB. DA EMPRESA DE CORREIOS E TELEGRAFOS E SIMIL. DA PARAÍBA
  23. SINDICATO DOS MUNICIPÁRIOS DE STA BARBARA DO SUL/RS
  24. SINDICATO DOS TRAB. DO REFLORESTAMENTO, CARVOAMENTO E BENEFIC. DE MADEIRA/BA
  25. SINDICATO DOS EMPREG. EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS DE BAURU E REGIÃO
  26. SINDICATO DOS TRAB. EM PROCESSAMENTO DE DADOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
  27. SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMERCIO DE PASSO FUNDO/RS
  28. SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTIAS METALÚRGICAS DE NOVA FRIBURGO/RJ
  29. SINDICATO DOS TRAB. NAS IND. DE CIMENTO, CAL, GESSO E CERÂMICA DO MUNIC. DE ARACAJÚ/SE
  30. SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS URBANAS DO ESTADO DE GOIÁS
  31. SINDICATO DOS TRAB. NOS TRANSPORTES COLETIVOS DE GOIÂNIA E REGIÃO METROPOLITANA/GO
  32. SINDICATO DOS EMPREGADOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE PASSOS DE MINAS/MG
  33. SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS DE FORTALEZA DE MINAS/MG
  34. SINDICATO DOS SERVIDORES DO QUADRO ESPECIAL DA SARH – SINDCAIXA/RS
  35. SINDICATO DOS TRABALHADORES NO TRANSPORTE ALTERNATIVO – GO
  36. SINDICATO DOS TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE FORMIGA/MG
  37. ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNESP/SP
  38. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ESPLANADA/BA
  39. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS DE ENTRE RIOS/BA
  40. SINDICATO DOS PETROLEIROS DE SERGIPE E ALAGOAS
  41. FEDERAÇÃO SINDICAL E DEMOC. DOS TRAB. NAS IND. METALÚRGICAS DE MINAS GERAIS
  42. SINDICATO DOS CERAMISTAS DE MONTE CARMELO/MG
  43. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE PIRAPORA/MG
  44. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE ITAJUBÁ E REGIÃO/MG
  45. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE OURO PRETO/MG
  46. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE ITAÚNA/MG
  47. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE DIVINÓPOLIS/MG
  48. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE TRÊS MARIAS/MG
  49. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE GOVERNADOR VALADARES/MG
  50. SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE VÁRZEA DA PALMA/MG
  51. SIND. PROF ENFERM E EMPREG EM HOSP, C. DE SAÚDE, DUCH. E MASSAG. DE DIVINÓPOLIS/MG
  52. SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE DE BH E REGIÃO/MG
  53. SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE DE ITAJUBÁ E REGIÃO/MG
  54. SINDICATO METABASE DOS INCONFIDENTES/MG
  55. SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE DIVINÓPOLIS/MG
  56. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE MONTE CARMELO/MG
  57. SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DE BETIM/MG
  58. SINDICATO DOS TRAB EMPRESAS DE ASSESSOR, PESQ, PERÍCIAS E INFORM. – SINTAPPI-MG
  59. SINDICATO DOS TRAB; EM EDUCAÇÃO DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE/MG
  60. ANEL – ASSEMBLEIA NACIONAL DE ESTUDANTES – LIVRE
  61. ADMAP – ASSOCIAÇÃO DEMOCRÁTICA DOS APOSENTADOS E PENS. DO VALE DO PARAÍBA/SP

 

 

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