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Intervenção no Rio vai aumentar criminalização da pobreza e das lutas

Decreto presidencial aumenta repressão e não garante mais verbas para lidar com problemas do estado

A intervenção militar federal na segurança pública do Rio de Janeiro, decretada por Michel Temer (MDB) na sexta-feira (16), está longe de resolver o problema da violência. O decreto, que será votado na Câmara nesta segunda-feira (19), é mais uma medida de repressão à população pobre e às lutas que vem ocorrendo no estado.

Não é de hoje que a população pobre do Rio de Janeiro sofre com a violência, que vai muito além dos conflitos entre traficantes e policiais exibidos pela grande imprensa.

O atraso no pagamento dos salários dos servidores públicos se arrasta há meses, a saúde e a educação estão falidos, o desemprego é crescente e os escândalos de corrupção no governo tornaram-se uma constante. Nas favelas, faltam saneamento básico, hospitais, escolas, creches e esporte. A presença do Estado se resume, na maioria das vezes, à figura da polícia.

A indignação da população diante do abandono foi expressa no Carnaval carioca e deu um tom de revolta social à maior festa popular do Brasil. O protesto exibido por algumas escolas de samba certamente irritou Temer, o governador do estado Luiz Fernando Pezão (MDB) e o prefeito Marcelo Crivella (PRB).

Com a intervenção federal, o governo mostra que sua solução é apenas um disfarce. Sem garantir um centavo a mais para os serviços públicos, a medida só garante mais força armada para reprimir a população pobre e negra dos morros cariocas e os que lutam para garantir salários, saúde e educação.

“Repudiamos a intervenção militar no Rio. Para combater o problema da violência é preciso acabar com a miséria, garantir emprego, salário, moradia, saúde e educação à sua população e colocar os políticos corruptos na cadeia”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Fonte: sindmetalsjc.org.br

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