Greve Geral na Argentina para o país contra ajustes e outros ataques do governo Macri
Essa segunda-feira (25) teve início com mais uma greve geral na Argentina. A terceira forte mobilização nacional que ocorre no país escancara a insatisfação dos trabalhadores com a política econômica de Mauricio Macri.
A greve teve forte adesão dos trabalhadores em transportes, e as companhias aéreas Latam e Aerolíneas Argentinas cancelaram diversos voos do dia com origem e destino em aeroportos do país.
Além do setor de transportes, bancos, escolas, coleta de lixo, hospitais e outras categorias aderiram à paralisação de 24 horas. Essa nova greve geral, segundo organizadores, uniu ao menos um milhão de trabalhadores dispostos a parar tudo.
Os movimentos organizados e setores de luta mais independentes realizaram além de paralisações protestos contra os ajustes de Macri, as demissões em massa e a política entreguista do governo ao FMI (Fundo Monetário Internacional). O organismo ofereceu US$ 50 bilhões de crédito, o maior da história do Fundo.
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Manifestações foram marcadas para ocorrer em Buenos Aires, na Praça da República, além de outro protesto organizado em La Plata. Os sindicatos querem retomada de negociações de ajustes salariais, respeitando a projeção de inflação calculada pelo Banco Central. O desemprego no país chegou a 9,1% neste primeiro trimestre. No último trimestre de 2017, o índice era de 7,2%.
A CSP-Conlutas destaca, em moção de apoio aos trabalhadores em greve na Argentina, o quanto, para além dos ataques econômicos que assolam a população, o governo de Macri segue intransigente e repressivo com lutadores e movimentos sociais e sindicais. “Outra marca do governo, é a forte violência do Estado com detenções e prisões; brutais intervenções policiais e do exército em greves e manifestações, processos judiciais contra ativistas e organizações políticas e sociais e até desaparecimentos.”
A solidariedade internacional entre as trabalhadoras e trabalhadores é fundamental. Neste sentido, desejamos que a greve geral que está sendo organizada seja vitoriosa e consiga impor uma derrota ao governo Argentino.
– Abaixo os planos de austeridade! Fora FMI!
– Chega de demissões e retirada de direitos!
– Contra a perseguição e a criminalização das lutas, dos ativistas e suas organizações!
– Todo apoio à Greve Geral na Argentina!
Confira a moção abaixo ou o [PDF AQUI]:
Moção de apoio à greve geral das trabalhadoras e trabalhadores da Argentina
A CSP-Conlutas e suas entidades filiadas expressam seu total apoio e solidariedade à greve geral das trabalhadoras e trabalhadores da Argentina neste dia 25 de junho. A greve geral e as diversas manifestações que vem ocorrendo são uma resposta aos planos de austeridade aplicados pelo governo Macri para ajudar patrões, bancos e acionistas estrangeiros a manter as suas taxas de lucro à custa do aumento da exploração sobre os trabalhadores e população pobre.
O recurso a um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional, com a chantagem que sempre acompanha esse tipo de medida, significa novos ataques anti-sociais. Tais medidas vão de ataques aos salários, direitos, pensões, demissões e cortes em verbas públicas. Outra marca do governo, é a forte violência do Estado com detenções e prisões; brutais intervenções policiais e do exército em greves e manifestações, processos judiciais contra ativistas e organizações políticas e sociais e até desaparecimentos.
Os mesmos planos de ajustes aplicados na Argentina também ocorrem no Brasil. Para dar conta da crise econômica, cuja responsabilidade é dos capitalistas, governos como os de Temer e Macri, tentam jogar nas costas dos trabalhadores a conta da crise. Eles desferem ataques aos direitos e fazem cortes nas áreas sociais.
O movimento social e sindical na Argentina tem resistido e estamos a testemunhar várias manifestações e greves setoriais e locais como também jornadas de luta nacional como a greve geral do dia de hoje. As grandes manifestações de dezembro do ano passado contra a reforma previdenciária e a magnífica manifestação do 8 de março, no dia da greve internacional das mulheres, apontam que o único e verdadeiro caminho para a classe trabalhadora é a luta direta contra patrões e governos.
Por tudo isso, a solidariedade internacional entre as trabalhadoras e trabalhadores é fundamental. Neste sentido, desejamos que a greve geral que está sendo organizada seja vitoriosa e consiga impor uma derrota ao governo Argentino.
– Abaixo os planos de austeridade! Fora FMI!
– Chega de demissões e retirada de direitos!
– Contra a perseguição e a criminalização das lutas, dos ativistas e suas organizações!
– Todo apoio à Greve Geral na Argentina!
São Paulo, 25 de junho de 2018