Em defesa do direito de lutar, é preciso derrotar Bolsonaro
Não podemos eleger um presidente defensor da perseguição aos trabalhadores
No dia 28, os brasileiros irão novamente às urnas para escolher quem vai governar o Brasil pelos próximos quatro anos. No primeiro turno, a votação em Jair Bolsonaro (PSL) representou a insatisfação da população com governos que deixaram uma herança de desemprego, corrupção e ataques aos direitos trabalhistas. Entretanto, eleger Bolsonaro é também escolher um perigoso caminho que pode levar à volta de um regime de perseguição e tortura que por 20 anos tomou conta do país.
Seja quem for eleito, o futuro governo será de continuidade aos ataques contra a classe trabalhadora. Tanto Bolsonaro quanto Fernando Haddad (PT) irão governar em benefício de banqueiros e empresários. Mas há uma importante diferença que não pode ser deixada de lado.
Jair Bolsonaro já disse abertamente que é favorável à ditadura, um regime que, entre 1964 e 1985, prendeu, assassinou e mandou demitir trabalhadores, acabou com o direito à greve, à liberdade de imprensa, à eleição presidencial e, principalmente, com o direito do povo criticar o governo.
Em sua primeira declaração pública após a divulgação do resultado do primeiro turno, Bolsonaro afirmou, com todas as letras, que vai acabar com qualquer ativismo no Brasil. Na prática, isto significa tornar ilegais movimentos operários, populares e sociais. Esqueça ir para a porta da fábrica reivindicar seus direitos. Tudo passa a ser proibido.
Diante deste cenário, o Sindicato defende que a classe trabalhadora deve votar em favor do direito de continuar lutando. Deve votar 13, contra Bolsonaro, mas fazendo oposição a qualquer um dos dois governos a partir de 1º de janeiro. Contra os ataques aos direitos, os metalúrgicos terão de se organizar para derrotar o governo nas lutas.
“Temos consciência de que nenhum dos dois governará para os trabalhadores, mas chegamos num ponto em que temos de escolher em qual terreno iremos lutar: se queremos um governo em que poderemos seguir com nossas lutas e mobilizações ou um regime em que não poderemos mais lutar”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Povo foi traído
Não é por acaso que Jair Bolsonaro foi o mais votado nestas eleições. A classe trabalhadora se sentiu traída pelos governos de Lula e Dilma, que privilegiaram os banqueiros e empresários durante 13 anos. Votar em Bolsonaro foi como um voto de repúdio ao PT.
Mas o candidato do PSL e seu vice general Hamilton Mourão também já mostraram que consideram que “trabalhadores têm direitos demais” e é preciso tirar esse peso das costas dos patrões. Se eles já disseram isso durante a campanha eleitoral, imagine o que virá depois da posse!
Por tudo isso, o Sindicato decidiu chamar o voto ao 13, mesmo sem acreditar que Fernando Haddad irá governar para a classe trabalhadora. Neste momento, precisamos defender a liberdade democrática dos trabalhadores. Nos próximos anos, precisaremos desta liberdade para derrotar os ataques que certamente virão.
Fonte: sindmetalsjc.org.br