Por que as privatizações são ruins para a população?

O argumento para se vender empresas e serviços públicos é a de que a iniciativa privada sempre é mais eficiente do que a estatal. Mas… Isso não é necessariamente verdade. Muitas vezes, é justamente o contrário. Em primeiro lugar, os governos que defendem privatizações deixam de investir nos serviços públicos fazendo com que o país abra mão dos frutos de longo prazo que podem vir das empresas estatais.

O resultado quase sempre é a precarização do trabalho dos funcionários e, como consequência, queda na qualidade dos serviços prestados à população. O caso clássico é o da telefonia, campeã de reclamações de consumidores no país. Por que é importante manter serviços sob direção estatal? Porque, ao contrário da iniciativa privada, o prioridade número um do governo não deve ser o lucro. Além disso, só ele pode ter uma visão planejada e global da economia do país. O preço da gasolina, pro exemplo, impacta toda a economia por conta dos custos de transporte.

Se o preço do combustível for controlado pelo Estado, ele pode decidir ter um lucro menor em nome do crescimento do resto da economia. Uma empresa privada jamais pensaria assim. A privatização também pode atacar direitos da população. Veja o caso dos aeroportos. Muitos deles não dão lucros, mas o Estado garante que o dinheiro de aeroportos maiores compensem o de aeroportos menores. Assim, se garante que todo território nacional esteja integrado, e que as pessoas de todos lugares possam viajar de avião. Mas, se todos os aeroportos forem privatizados, quem vai querer assumir um aeroporto necessário para a população, mas que não dá lucro? Nesse caso então, é provável que a privatização dê errado. Um exemplo é o aeroporto em ViraCopos, na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Cerca de cinco anos depois da sua privatização, a empresa que administra a unidade quer devolvê-la.

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