Notícias

Descarte de escravos no mar mudou hábito dos tubarões, afirma autor Laurentino Gomes

Laurentino Gomes em visita ao cubículo de uma senzala no Engenho Uruaé, na Zona da Mata de Pernambuco, com argola de ferro usada para imobilizar escravos / Foto: (Divulgação)
Laurentino Gomes em visita ao cubículo de uma senzala no Engenho Uruaé, na Zona da Mata de Pernambuco, com argola de ferro usada para imobilizar escravos / Foto: (Divulgação)

Da entrevista de Lauretino Gomes no programa de Pedro Bial na Globo:

(…)“O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental. Recebeu quase 5 milhões de escravizados africanos. Foi o que mais demorou a acabar com o tráfico negreiro, com a Lei Eusébio de Queirós em 1850. Último a acabar com a escravidão, com a Lei Áurea de 1888, e eu diria que a escravidão não é um assunto só de museu, de livro de história. Ela está presente na nossa realidade de hoje. Existe um legado da escravidão que nunca foi enfrentado de forma adequada. Então, não só para entender o Brasil do passado e do presente, mas para entender o Brasil do futuro, você precisa estudar escravidão”, relatou Laurentino Gomes.(…)

Laurentino explicou quais eram os fatores que mais levavam os africanos a morrer durante as travessias no período da escravidão. O autor ainda destacou uma possível mudança ambiental relacionada a estas mortes:

“Saíram da África 12 milhões e meio de seres humanos. Chegaram 10 milhões e 700 mil. Morreram na travessia 1 milhão e 800 mil pessoas. Se dividir isso pelo número de dias, dá 14 cadáveres, em média, lançados ao mar todos os dias ao longo de 350 anos. Um número tão alto que, segundo depoimentos da época, isso mudou o comportamento dos cardumes de tubarões no Oceano Atlântico, que passaram a seguir os navios negreiros”.

(…)

Fonte: DCM

Solverwp- WordPress Theme and Plugin