Reforma trabalhista fracassa na geração de empregos
Tendência continua sendo de queda dos empregos na maioria dos setores
A reforma trabalhista completou um ano neste domingo (11), sem gerar os empregos prometidos por governo e empresários. Os dados mostram também que aumentou o número de trabalhadores informais e reforçam a necessidade de luta pela revogação total dessa lei.
Desde que a reforma entrou em vigor até setembro deste ano (último balanço do Ministério do Trabalho), foram gerados 298.312 empregos, ou seja, um crescimento pífio de 0,6%. Na época da aprovação, o governo Temer afirmava que a nova lei trabalhista iria gerar 2 milhões de empregos em dois anos – número que está muito longe de ser alcançado.
Não houve nem mesmo reversão da tendência de queda do emprego em setores estratégicos como indústria de transformação e construção civil. Ao final de 2017, a indústria contava com pouco mais de 7,1 milhões de trabalhadores. Em setembro deste ano, o número era de 7,09 milhões.
Com poucas vagas disponíveis, os trabalhadores que conseguiam ser contratados tiveram de se submeter a salários menores. Segundo o Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos), a diferença salarial entre os demitidos e os contratados após a reforma é de 9,8%, em média. Na indústria de transformação, por exemplo, o salário para novos contratados caiu de R$ 1,8 mil para R$ 1,5 mil.
Mais precarização
Outra promessa não cumprida pelo governo foi o combate ao trabalho informal, que atingiu seu pico histórico em outubro deste ano, com 11,5 milhões de trabalhadores – 532 mil a mais do que antes da reforma.
Segundo o Ilaese, os postos de trabalho temporários e intermitentes estão sendo ocupados por trabalhadores que antes tinham carteira assinada. Isto significa que a reforma está sendo usada para tirar direitos e reduzir salários.
Enquanto a média salarial para contratação integral é de R$ 1.500, para os intermitentes é de R$ 880. Para os temporários, o salário médio é de R$ 920.
“O balanço de um ano confirma que a reforma é um grande fracasso. Para os trabalhadores, os efeitos são devastadores: o desemprego permanece alto, os salários diminuíram e a precarização aumentou. Está provado que é necessário irmos à luta pela revogação total dessa aberração”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.