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Privatização da Eletrobras é grave ataque à soberania do país

Governo Temer pretende vender estatal que controla recursos estratégicos para a nação

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A proposta de privatização da Eletrobras anunciada pelo governo de Michel Temer, na segunda-feira (21), é mais um ataque à soberania nacional. A empresa está avaliada em pelo menos R$ 20 bilhões e a notícia de sua venda a preço de banana deixou o mercado eufórico. A gigante de energia brasileira é, atualmente, um dos maiores patrimônios públicos nacionais.

A proposta é parte de um megapacote de privatizações anunciado nesta quarta-feira (23), que inclui outras 56 empresas públicas, dentre elas a Casa da Moeda e o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais lucrativo da Infraero.

Detentora de 37% do total da capacidade de geração de energia do país – com 47 usinas hidrelétricas, 114 térmicas e 69 eólicas – e dona de 47% das linhas de transmissão, a Eletrobras é responsável por garantir a soberania energética nacional. Sua venda representaria a entrega de um bem público valioso e estratégico para o desenvolvimento do Brasil, que passaria para as mãos de multinacionais estrangeiras.

Recurso estratégico
O parque hidrelétrico da Eletrobras vem sendo erguido desde 1953, a um custo estimado de R$ 400 bilhões aos cofres públicos. O preço estimado de venda da empresa, R$ 30 bilhões, cobre apenas os gastos públicos com a construção da usina de Belo Monte, no Pará, de mesmo valor.

A essa riqueza soma-se o fato de o Brasil ser o quinto país com maior potencial hidrelétrico do mundo. Logo, a privatização envolverá indiretamente a venda de água, rios e represas.

Para se ter uma ideia do risco que isso representa, até mesmo em países altamente capitalistas, como os Estados Unidos, o parque hidrelétrico é federal e existe grande resistência à privatização devido ao alto grau de interesse nacional.

A operação representa também alto risco à população, com a possibilidade de aumento das tarifas, uma vez que, sob controle do capital privado, a empresa teria como objetivo a obtenção de lucros.

Perspectiva de piora
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a privatização da Eletrobras seguirá o modelo de venda da Vale e da Embraer. O exemplo não poderia ser pior. Passados vinte da privatização, a Vale hoje tem a maior parte de seus lucros enviados ao exterior e ainda é a responsável pelo maior desastre ambiental do Brasil, com o rompimento da barragem em Mariana (MG).

Já a Embraer, privatizada há 23 anos, é cada dia menos nacional. A empresa vem transferindo a produção e desenvolvimento tecnológico para países como Estados Unidos, Portugal e México, enquanto demite trabalhadores no Brasil.

“A venda da Eletrobras é mais um absurdo desse governo que quer entregar todo patrimônio público de mãos beijadas às grandes empresas. No final, é a população que vai pagar mais esta conta. Não podemos aceitar”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Herbert Claros.

 

Fonte: sindmetalsjc.org.br

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