Prestar solidariedade aos povos indígenas Guarani Kaiowá que vêm sofrendo violentos ataques de fazendeiros, do agronegócio e do governo estadual Reinaldo Azambuja. Este é o objetivo da comissão organizada pela CSP-Conlutas que segue nesta terça-feira (9) a Mato Grosso do Sul (MS) para visitar tekohás (terras sagradas), levar doações de roupas e alimentos e apoiar esse povo que não desiste de lutar por suas terras e seus direitos.

Essa persistência e resistência dos povos originários do Brasil são tratadas com uma violência brutal. Somente nos últimos dois meses, esses povos sofreram diversos despejos, o jovem Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, foi assassinado em 13 de junho por jagunços, 18 pessoas foram hospitalizadas, fora as que tiveram ferimentos mais leves.

Assim é o cotidiano dos povos indígenas daquela região: ataques relâmpagos, espancamentos, estupros de mulheres adultas e adolescentes, morte de crianças, assassinatos de lideranças, terror psicológico.

Segundo dados do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), quase 400 foram assassinados somente em MS nos últimos 13 anos. Desses, 41 em 2014. Essa humilhação e violência que enfrentam já provocaram cerca de 700 suicídios, no mesmo período e 47 somente em 2014.

“A violência como tratam os povos indígenas é inaceitável, é mais inaceitável ainda que todos esses crimes tenham o apoio do governo estadual e federal. Dilma fechou os olhos a esses povos e, agora, Temer, quer revisar e pode até revogar relatórios de homologações das terras já homologadas”, declara Avanilson Araújo da SEN (Secretaria Executiva Nacional) da CSP-Conlutas, um dos responsáveis pela comissão.

Também responsável pela comissão, Irene Maestro, do Luta Popular, reforça a necessidade de apoiar essa causa. “É necessário fortalecer essa luta, a resistência e a coragem desse povo. Caso contrário, permitiremos que um genocídio aconteça em Mato Grosso do Sul”.

Essa é a terceira iniciativa organizada em forma de comissão ou caravana pela CSP-Conlutas aos Guarani-Kaiowá de MS. A Central tem procurado prestar solidariedade, dar suporte à divulgação das ações de denúncia da violência cometida contra esses povos, assim como estar na luta em defesa da demarcação urgente das terras indígenas.

Entre as representações que participam da comissão estão o movimento por moradia Luta Popular, as entidades sindicais Andes-SN, Sintusp e Sintrajud e o movimento de estudantes Anel.

A viagem será documentada por meio de imagens e reportagem que serão publicadas em breve nas páginas da CSP-Conlutas.

 

Fonte: CSP Conlutas