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8 de Março: construir a greve internacional de mulheres contra a violência machista e os ataques dos governos

Neste 8 de Março trabalhadoras de todo mundo vão se levantar contra o machismo e a exploração. Uma greve internacional de mulheres está sendo convocada para marcar este dia de combate à violência de gênero, ao machismo e aos ataques dos governos.

Aqui no Brasil, depois de obtermos uma importante vitória com a suspensão neste momento da votação da Reforma da Previdência, o dia 8 de Março será o momento de voltarmos às ruas e dar mais uma demonstração que não aceitaremos ataques aos nossos direitos.

A Rede Internacional Sindical de Solidariedade e de Lutas, da qual a CSP-Conlutas faz parte, apoiará a jornada e nossa Central concentrará todos os esforços para a realização de um forte dia de mobilização.

São as trabalhadoras, sobretudo negras e da periferia, que sofrem com a desigualdade e a opressão, recebem os piores salários, enfrentam o precário acesso à saúde e educação públicas e de qualidade e a falta de creches para seus filhos. A violência de gênero já se tornou uma situação crônica levando à morte milhares no Brasil e no mundo.

Em 2017, as mulheres marcharam contra o presidente Trump, nos Estados Unidos. Lutaram contra o feminicídio e por “nenhuma a menos” na Argentina. Aqui no Brasil, as trabalhadoras estão indo para cima contra Temer e suas reformas. Além disso, se mobilizam contra setores conservadores do Congresso que tentam legislar sobre seu corpo.

Em 2018 não será diferente. O chamado é para que a classe trabalhadora se integre a esse dia de luta para mostrar para todos esses governos que não aceitaremos retrocessos.

 

Dados do machismo no mundo

Dados mundiais apontam que 15 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos já sofreram abuso sexual, segundo pesquisa feita pela Kering Foundation, no período de 2016 e 2017. Ainda de acordo com o levantamento, 60% das mulheres refugiadas são vítimas de violência ao longo da vida. Outro fator chocante é de que 200 milhões já foram obrigadas a passar por mutilação genital.

A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), que contabiliza apenas as denúncias do Disque 180, aponta que dos 500 mil atendimentos prestados pelo serviço em 2014, cerca de 53 mil corresponderam a relatos de violência.

O Brasil é quinto país que mais mata mulheres no mundo, chegando a 13 assassinatos no por dia, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2014, foram quase 5 mil homicídios.

E as negras são ainda mais violentadas. Entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período.

Quando falamos de encarceramento de mulheres, o Brasil também é o quinto nessa colocação vergonhosa.

Os dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) revelam que nos últimos 17 anos houve um aumento de 700% na quantidade de encarceradas no país. Nesse perfil, quatro em cada 10, ainda não estavam condenadas definitivamente. Tal cenário ainda é mais preocupante com gestantes ou mães. Em 2017, elas representavam 622 presidiárias, que estavam grávidas ou amamentando. Elas são submetidas às péssimas condições, isso porque apenas 34% dos estabelecimentos dispõem de cela adequada para gestante, 32%, de berçários e 5%, de creches. Além disso, 36% dessas gestantes não tiveram acesso à assistência pré-natal adequada.

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Diante desses números alarmantes só resta às mulheres irem à luta. Por isso, a CSP-Conlutas, atendendo ao chamado da Rede Internacional Sindical de Solidariedade de Lutas, convoca suas entidades filiadas a realizarem um grande dia 8 de março, com a construção da Greve Internacional de Mulheres, com paralisações, protestos e assembleias em cada local de trabalho, ocupação e escola, além de atos pelo país.

A orientação é de que nos estados e regiões busquem-se construir atos unificados, que estejam sob o eixo “Contra a violência machista e a reforma da Previdência. Fora Temer e os corruptos do Congresso”. Cartazes com esse tema já foram confeccionados e devem ser amplamente divulgados.

Fonte: CSP Conlutas

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