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28 de abril: O lucro não pode estar acima da vida! Basta de acidentes, doenças e mortes no trabalho!

28 de abril, Dia Internacional de Luta em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, é uma data de luta em todo o país. É importante que cada entidade aproveite essa semana para debater esse tema com os trabalhadores e denunciar esta triste realidade.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que, por ano, mais de 300 milhões de trabalhadores sofrem acidentes de trabalho no mundo, destes, 2,3 milhões são fatais. Números alarmantes que ultrapassam a mortes de civis na guerra da Síria, que, em um período de cinco anos, matou cerca de 470 mil pessoas.

No Brasil, um acidente de trabalho ocorre a cada 48 segundos e, aproximadamente, a cada quatro horas uma pessoa morre na mesma circunstância, segundo o Ministério do Trabalho.

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2017, ocorreram cerca de 350 mil comunicações de acidentes de trabalho (CATs). Em fevereiro de 2018, foram constatados por volta de 18 mil acidentes de trabalho no país.

Doenças mentais

Outro fato alarmante são as vítimas de doenças psicológicas. De acordo com dados do INSS, no ano passado, a depressão foi a décima terceira causa de afastamento, com quase 800 casos registrados. O estresse grave e transtornos de adaptação configuraram o sexto lugar de afastamento, com mais 3 mil trabalhadores integrando essa estatística.

O trabalhador dos Correios de São Paulo, Edmilson Barbosa, engrossou essa triste realidade. No dia 16 de abril, o ecetista foi vítima de suicídio, após ter passado por uma série de perseguições e assédio moral na empresa, o que fez com que o companheiro desenvolvesse uma depressão.

O sentimento de tristeza e revolta tomou os trabalhadores dos Correios de São Paulo e acendeu o alerta para que casos como esse não se repitam.

Afastamento  por lesão

No ano passado, foram concedidos mais de 132 mil benefícios por acidentes de trabalho. As cinco principais causas de licença foram fratura de punho e de mão; fratura da perna, incluindo tornozelo; fratura do pé, exceto tornozelo; fratura do antebraço; e fratura do ombro e do braço.

Vamos combater as mortes e doenças nos locais de trabalho

O adoecimento, acidentes e mortes da classe trabalhadora é a consequência direta da superexploração imposta pelo sistema capitalista. Em busca do lucro a qualquer custo, as empresas e os governos tratam os trabalhadores como meras peças que podem ser descartadas, sem que haja preocupação a saúde e segurança dos funcionários.

As medidas implementadas no país no último período, tais como a nova lei de terceirização, a Reforma Trabalhista e diversas normas no INSS que visam restringir os direitos dos trabalhadores, só fazem agravar esse quadro que já é uma epidemia.

O Setorial de Saúde do Trabalhador da CSP-Conlutas realizou o 3° Encontro de Saúde do Trabalhador, em março, e definiu como tarefa a realização de atividades em alusão ao dia. “Vamos levar a discussão para as bases, fortalecer e ganhar o conjunto da central para esta batalha. Vamos levar o nosso grito: chega de mortes e acidentes e doenças do trabalho, o lucro não está acima das nossas vidas”, definiu em manifesto os presentes nesta atividade.

O integrante do setorial Jordano Carvalho salienta a importância das entidades se somarem a data e fortalecerem essa semana de lutas. “Vamos realizar atividades aonde for possível, falar da importância dessa data em nossos jornais e sites das entidades e alertar sobre o tema e denunciar esses números ainda alarmantes. Precisamos fortalecer cada vez mais nossa organização e mobilizar os trabalhadores contra todos os ataques dos governos e patrões. Chega de adoecimento e acidentes nos locais de trabalho”, destacou.

 

Fonte: CSP-Conlutas

 

 

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